14/11/2012 - Oficina de história em quadrinhos no SESC Niterói, no projeto Interligados. Os alunos visitaram a exposição conexões Niterói, assistiram a um filme, e depois vieram fazer uma oficina de história em quadrinhos.
Na primeira parte da aula, comentário sobre a obra "Cobra das tempestades".
Cobra das Tempestades é o nome do painel que dá nome a minha série de trabalhos sobre conflitos indígenas e hipocrisias sociais. São reflexões sobre valores, questionamentos, sentimentos e a interação do indígena com o urbano, passando pelo universo gráfico e filosófico da artista. Cobra das Tempestades é uma possível tradução para o nome de Araribóia, herói nacional e fundador da cidade de Niterói, a cidade das águas escondidas, onde vivo.
Os rostos e os grafismos encontram lugar no conflito entre urbano e indígena, entre a filosofia de paz versus a ocupação, entre a passividade e o confronto. A contradição da sociedade de consumo, que produz artefatos indígenas para a prateleira, mas por outro lado, quer a população indígena e seus descendentes bem distantes, é a estratégia poética que a artista utiliza para revelar as engrenagens da alienação.
O processo criativo começa com esse contexto social, que se transfigura em emoções e pensamentos contraditórios, que assumem ares de arte urbana e pop art, em cores vibrantes, grafismos, realismo, arte contemporânea e se apropriam do ambiente onde estão para refletir a alma humana, meu tema favorito.
Segunda parte da aula, começa a brincadeira: Telefone sem fio.
Comentamos sobre a situação dos Kaiowá e de como a notícia chegou distorcida. Então fizemos o "telefone sem fio" para ilustrar como as informações chegam até nós distorcidas pela mídia.
Terceira parte da aula: Um referencial, várias percepções
Inspirado na frase de Leonardo Boff "cada ponto de vista é a vista de um ponto", os alunos fizeram um desenho inspirado na capa da revista em quadrinhos Guerreiros de Deus. O objetivo era mostrar como um único referencial pode render informações diferentes, porque cada um tem seu ponto de vista da mesma história.
Quarta parte: tirinha sobre o dia a dia na escola
A Guerreiros de Deus é uma história de aventura e fantasia, mas muito do que há na história tem a ver com a vida real, inclusive personagens e lugares. A proposta foi criar uma tirinha sobre coisas engraçadas que ocorrem em sala de aula. Rolamos de rir e depois fizemos as tirinhas.
Sexta parte: Desenho de letras
Claro que eu não ia deixar os alunos irem embora sem uma pincelada de graffiti. Fizemos o cartas para fixar a idéia central da aula e depois a boa e velha bodypaint no braço (não deu pra tirar fotos desta vez) até que aquele ônibus malvado levou embora os alunos.