clipping: EXPOSIÇÃO SOBRE GRAFITE NA BIBLIOTECA DO GRAGOATÁ


Quem se interessa por arte de rua pode conferir a exposição Um Olhar sobre o Grafite, no saguão da Biblioteca Central do Gragoatá. A mostra conta com registros fotográficos feitos pelo professor Ivan Albuquerque para sua dissertação de mestrado em Ciência da Arte, pela UFF. As fotos trazem desenhos grafitados em muros das cidades de Niterói, Rio de Janeiro e São Gonçalo, entre novembro de 2004 e agosto de 2006.
A abertura da exposição aconteceu no dia 12 de julho, com a presença de grafiteiros e conjuntos de dança de rua. Membros do grupo Puro Estilo e alunos da Camarim Escola de Dança fizeram uma animada apresentação, seguida por uma intervenção em uma das paredes externas da biblioteca. Os grafiteiros convidados foram Felipe Blunt, de 23 anos, Gabriel Mattos, 19, e Lya Alves, 37, que coordena um projeto social voltado para a arte de rua. O trio vê no grafite uma importante ferramenta de desenvolvimento artístico e ocupação do espaço urbano, opinião que ecoa na voz de Ivan: “Tem lugares que são tão ermos que só se percebe que existe vida inteligente por causa do grafite”, afirma o professor.
Ainda assim, a arte de rua sofre muito preconceito por parte de setores mais conservadores da sociedade. Não é incomum que muros sejam repintados para cobrir o trabalho de grafiteiros, que são muito confundidos com pixadores. Porém, mesmo no caso dos desenhos e assinaturas de amadores, Lya acredita que a solução não é a prisão e que o grafite pode representar um novo caminho: “Não adianta você reprimir. O grafite não precisa ser vandalismo”.
Para quem quiser conferir o trabalho dos artistas de rua, a exposição fica em cartaz até o dia 6 de setembro. O horário de visitação vai das 8h às 21h, de segunda a sexta.