Moinhos satânicos - alienação, coisificação e fetichismo.


Workaholic, Ilustração, 1990.

Moinhos satânicos ou “Dark satanic mills” é uma expressão cunhada pelo poeta William Blake em seu poema "Jesusalém" para designar as primeiras fábricas criadas no contexto do desenvolvimento do sistema fabril capitalista, nos finais do século XVIII, sendo uma das primeiras e principais expressões da valorização do tempo de trabalho abstrato. Daí em diante o ritmo do trabalho é determinado pelo ritmo da máquina, tornando os indivíduos meras peças do seu funcionamento no sistema moderno produtor de mercadorias. Seguindo essa linha, o eixo temático do trabalho de Lya Alves é alienação, coisificação e fetichismo e suas obras promovem reflexões sobre nosso sistema através de retratos e fábulas visuais.

Satanic Mills or "Dark satanic mills" is a phrase coined by the poet William Blake to designate the first factories built in the development of the capitalist factory system in the late eighteenth century, being one of the first major expressions and appreciation of working time abstract. Thereafter the pace of work is determined by the rhythm of the machine, making individuals mere parts of its operation in modern goods-producing system. Following this line, the main theme of the work of Lya Alves is alienation, reification and fetishism and their works promote reflections on our system through portraits and visual fables.


Deborah, Desperta.(Painel no SESC Niterói 08/03 a 30/04/2013)
Quando Andy Warhol disse "quero ser uma máquina", estava representando o indivíduo massificado, alienado, coisificado, que não existe mais como persona. "Ser máquina" era admitir o domínio do mercado, dos mecanismos de controle comercial sobre a humanidade. 

A sociedade atual é fruto de uma longa história patriarcal. Agora esta sociedade está em crise e sua identidade sexual também. Deborah é a mulher rompendo com o patriarcado, com o capitalismo, subvertendo a ordem dominante e assumindo a função de protagonista. Se as máquinas são o poder, ela quer ser máquina, ela quer o poder. Mas a que preço?

Segundo Marx, o fetichismo é uma relação social entre pessoas mediatizada por coisas. O resultado é a aparência de uma relação direta entre as coisas e não entre as pessoas. As pessoas agem como coisas e as coisas, como pessoas. A teoria marxista conduz à desmitificação do fetichismo da mercadoria e do capital. Desvenda-se o caráter alienado de um mundo que as coisas como pessoas e as pessoas são dominadas pelas coisas que elas próprias criam. 

"A desvalorização do mundo humano aumenta em proporção direta com a valorização do mundo das coisas" - Karl Marx

Deborah, Devorah, desperta. Não é necesário transformar-se num objeto. Não ame coisas, ame pessoas. 

O valor que você dá é o valor que você tem.

When Andy Warhol said " I want to be a machine " , he was representing the mass- alienated individual, objectified , which no longer exists as a persona . " Being Machine " was to admit the dominance of market mechanisms for commercial control over humanity .

The present society is the result of a long patriarchal history. Now this company is in crisis and their sexual identity too. Deborah is a woman breaking the patriarchy , and capitalism , subverting the dominant order and assuming the role of protagonist. If the machines are power , she wants to be machine, it wants power . But at what price ?

According to Marx , fetishism is a social relation among people mediated by things . The result is the appearance of a direct relationship between things and not between people . People act like things and stuff like people. Marxist theory leads to demystification of commodity fetishism and capital. Unveils itself alienated character of a world that things like people and people are dominated by things that they themselves create .

" The devaluation of the human world increases in direct proportion to the appreciation of the world of things " - Karl Marx

Deborah , Deborah , awake . It is REQUIRED to become an object . Do not love things , love people.

The amount you give is the amount you have .
(See more: http://intercambioculturalarts.blogspot.com.br/2013/03/a-origem-da-vida-sesc-niteroi.html)

Pré-Kolirius, Macaé, 21/04/13


Com a revolução industrial, as máquinas tomaram o lugar das pessoas nas fábricas. Com o passar do tempo, as coisas passaram a ter mais importância que as pessoas.As pessoas passaram a amar mais as "coisas" do que seres humanos, oque a filosofia chama de processo de "coisificação" ou "reificação". No marxismo, o conceito designa uma forma particular de alienação, característica do modo de produção capitalista. Implica a coisificação das relações sociais, de modo que a sua natureza é expressa através de relações entre objetos de troca, ou "fetichismo", uma relação social entre pessoas mediatizada por coisas. O resultado é a aparência de uma relação direta entre as coisas e não entre as pessoas. As pessoas agem como coisas e as coisas, como pessoas.

Coisificação do homem, humanização de coisas. "Ter" vale mais do que "ser". Vende-se a honra. Vende-se a alma. Vende-se o corpo. E com isso, cada vez mais o ser humano perde seu valor. 

A nova geração já nasce conectada, com avatares, e maravilhas tecnológicas, e com os valores e desvalores da nova sociedade. Alienada da própria humanidade. Com a lei da oferta e da procura, os mercadores de almas sempre ganham, mas humanidade perde. 

Qual é o seu preço? Você está á venda? Quanto a vida humana vale para você? O valor que você dá é o valor que você tem.

Não se venda.

In the industrial revolution , machines have replaced people in factories . Over time, things have greater importance that people. People have come to value more "stuff" than humans out, what philosophy calls the " reification " process. In Marxism , the concept refers to a particular form of alienation characteristic of the capitalist mode of production . Implies the reification of social relations, so that their nature is expressed through relationships between objects of exchange, or " fetishism " , a social relation among people mediated by things . The result is the appearance of a direct relationship between things and not between people . People act like things and stuff like people.

Objectification of man , humanizing things . "Having " is better than "being." Selling the honor . Selling the soul . Selling the body . And with that, increasingly human being loses its value .

A new generation is rising connected with avatars , and technological wonders , and with the values ​​of the new society and disvalues ​​. Alienated from humanity itself . With the law of supply and demand , the merchants of souls always win , but humanity loses .

What is your price? Are you for sale ? As human life worth to you? The amount you give is the amount you have .

Do not sell yourself .

Oficina Philosoffiti no Capim Melado, Niterói(04/08/2012)
A exploração do trabalho escravo não se limita aos meios rurais. Há diversas formas contemporâneas de exploração do trabalho que envolvem o cerceamento de liberdade e a degradação do ser humano. Esses dois fatores, além de caracterizarem a condição de escravidão, estão estreitamente ligados a um processo ainda mais perverso, em que a pessoa se transforma em mercadoria comercializável, interessante somente por causa do seu valor de troca. Nesse caso, as maiores vítimas são, sobretudo, crianças, adolescentes e mulheres, transformadas em objetos de consumo. 

A sociedade de mercado rouba sonhos e cria ilusões, construindo a ideia que alguém terá acesso a uma experiência a partir do que consome. O consumo está o tempo todo associado à felicidade, ou que a pessoa é aquilo que consome. "Ter" passa a ser algo muito importante. Isso como parte de uma coisificação das pessoas e das relações humanas.

The exploitation of slave labor is not confined to rural areas. There are several contemporary forms of labor exploitation involving restriction of freedom and the degradation of human beings. These two factors, in addition to characterizing the condition of slavery, are closely linked to an even more perverse process, in which the person becomes a marketable commodity, interesting only because of its exchange value. In this case, the biggest victims are mainly children, adolescents and women, transformed into objects of consumption. 

The market society steals dreams and creates illusions, constructing the idea that someone has access to an experience from consuming. The consumer is constantly associated with happiness, or that the person is what consumes. "Having" becomes something very important. This as part of a commodification of people and human relationships.
Streer Art, Niterói-RJ, 2011
A “coisificação” do homem, a banalização da vida, a perda de valores éticos e morais, invertem a prioridade da “coisa” sobre a vida. A crescente busca pelo prazer coisifica o homem, pois este passa a ser um instrumento com uma finalidade única e suprema de prazer a qualquer preço. Mas quem paga essa conta?

The reification of man, the trivialization of life, loss of ethical and moral values​​, reversing the priority of the "stuff" about life. The increasing search for pleasure objectifies man, because this happens to be a tool with a single purpose and ultimate pleasure at any price. But who pays that bill?


ilustração, 1990
street art, Niterói, 2011.



Série LatinhaZ, fetichismo para consumo. 2010
Série LatinhaZ, fetichismo para consumo. 2010
Na psicanálise, fetichismo é o desvio do interesse sexual para algumas partes do corpo do parceiro, para alguma função fisiológica, para cenários ou locais inusitados, para fantasias de simulação ou para peças de vestuário ou adornos, por exemplo. Com a luta pela liberdade, a mulher conquistou seu espaço e a liberdade para seu corpo. Mas olhando pela ótica da escravidão, ela conseguiu liberdade ou apenas aumentou seu valor como objeto de consumo?

"Será que um dia exploraremos de modo industrial as almas humanas?" - Stanislaw Jerzy Lec

In psychoanalysis, fetishism is the deviation of sexual interest for some parts of her partner, for any physiological function, for scenarios or unusual places, costumes for simulation or clothing or adornments, for example. With the freedom struggle, the woman won her space and freedom to your body. But looking through the lens of slavery, freedom, or she could just increased its value as a consumer? 

"Will we ever explore industrial way human souls?" - Stanislaw Jerzy Lec




Em tempos de intensos debates sobre os rumos da família, cabe a  mulher decidir seu papel. Quais as consequências das conquistas femininas? As mulheres precisam medir seus atos. Perderam o matriarcado e ganharam uma sociedade machista. Oque mais vão perder pensando em ganhar? Qual o custo-benefício? Qual é o preço da liberdade? Queremos liberdade ou hedonismo? Qual a liberdade eu não quero? Onde eu não quero ir? São perguntas a serem respondidas.  Uma coisa é certa, assim como os homens, as mulheres querem o poder. A mulher de hoje é totalflex, multifuncional e workaholic. Não precisa abrir mão de nada. Pode e quer ter tudo ao mesmo tempo agora. Mas, afinal, oque querem as mulheres?

Para ser dona de si mesma, a mulher precisa educar a sociedade e isto começa no lar. A conspiração feminista começa educando filhos em casa. Se de um lado há mulheres que querem abrir mão da família, de outro lado há as subversivas do lar.  A árdua tarefa de mudar mentes começa em família. A sociedade atual é fruto de uma longa história patriarcal, e agora está em crise de identidade sexual. É preciso redefinir  papéis e fazer escolhas. 

Beleza é fundamental, mas conscientização também. Seja na alegria ou na tristeza, o mundo feminino é passional, intenso e delicado e manifesta o desejo de ser protagonista, vocação que remonta desde os primórdios, desde as mais remotas origens. A artista propõe uma reflexão sobre o papel da mulher na sociedade, sobre os roteiros sociais que foram impostos e sobre a possibilidade de transgredir.

In times of intense debates on the family , it is up to women to decide their role . What are the consequences of women's achievements ? Women need to measure their actions . Lost matriarchy and won a sexist society. What did will lose more thinking about making ? What's the Value ? What is the price of freedom ? Did we want freedom and hedonism ? What kind of  freedom I don't want ? Where I don't wanna go ? This is questions to be answered . One thing is certain , as well as men , women wants power . Today's woman is a TotalFlex , multifunctional and workaholic machine. They don't need favors . They can and want to have everything at the same time now. But ultimately , what do women wants ?

To be mistress of herself , a woman needs to educate society and this begins at home . The feminist conspiracy begins educating children at home . On the one hand there are women who want to give up the family on the other side there is the subversive home . The arduous task of changing minds starts a family . The present society is the result of a long patriarchal history, and is now in a sexual identity crisis. You need to redefine roles and make choices .

Beauty is key, but awareness, too . Whether in joy or in sorrow , the female world is passionate , intense and delicate and expresses the desire to be a protagonist , vocation dating since the beginning, from the earliest origins . The artist proposes a reflection on the role of women in society , about social scripts that were imposed and the possibility of transgressing .
Intervenção sobre fotografia, 2009.




Intervenção sobre fotografia, 1990.

O fetiche monetário como apelo psicológico:
"Estudar vale a pena para poder ganhar mais dinheiro”-  (Nuno Crato, Ministro da Educação de Portugal). A barbárie também é ensinável. O ministro da educação de Portugal resumiu a pedagogia do fetichismo do dinheiro.

The monetary fetish as psychological appeal: 
"Studying is important to be able to make more money." - (Nuno Crato, Minister of Education of Portugal) . Barbarism is also teachable. The education minister of Portugal summarized the pedagogy of money fetishism.

 

O lixo como fetiche:
O lixo é uma criação humana, uma construção social, cultural, sociológica, lixo é política, catarse e fetichismo. Lixo é o oposto da ordem e da limpeza. Se não quero lembra se algo, "jogo no lixo", assim o lixo exorcisa minhas memórias com poderes imaginários dados por mim. Assim, "asco" que temos ao lixo é uma construição social, não biológica. A partir do lixo, os setores privilegiados da sociedade capitalista são capazes de sentir asco pelo lixo. E este asco deixa à mostra a fronteira que demarcou a norma, entre o que é lixo e o que faz parte da ordem do social. 

Trash as a fetish: 

Waste is a human creation, a social construction, cultural, sociological, political garbage is, catharsis and fetishism. Trash is the opposite of order and cleanliness. If you do not want to remember if something "game in the trash," so the garbage exorcises my memories with imaginary powers given by me. Thus, "disgust" we have the trash is not biological Constructing social. From the trash, the privileged sectors of capitalist society are able to resent the trash. And this shows the disgust leaves the boundary demarcated the norm, between what is trash and what is part of the social order.

Nas palavras de Raúl Nestor Alvarez:

"Estes aspectos que negamos de nós mesmos, os descarregamos convertendo em lixo certos objetos. Por exemplo, se me sinto gordo e não me gosto assim, então me vingo atirando no lixo as calças que já não me servem. O que fica no cesto de lixo é um aspecto de mim mesmo, que eu renego. De modo que o nojo do lixo, de certo modo, é um nojo de mim mesmo que eu alieno. Quando um mendigo abre meu saco de lixo, sem nojo, é porque ultrapassou essa fronteira da normalidade, fazendo desandar a construção social do lixo. E por isso fica impregnado da mesma denotação da qual o lixo é objeto.

A “lixeirização” se estende dos materiais às pessoas. Os mendigos ficam estigmatizados como sujos, doentes e transmissores de doença. No entanto, esta caracterização é independente de qualquer processo biológico, mas procede do desenvolvimento da construção social do lixo. "
"Quando se manipula o lixo não devemos nos limitar à questão dos materiais e às quantidades, mas temos que considerar o processo social desigual do qual ele procede. Os sentidos imaginários, inconscientes e desiguais que implicam no lixo são densos e explicam grande parte de nossos comportamentos a respeito. Pontualmente, um fetiche é um objeto ao qual se atribuem poderes imaginários. Mas quando se indaga no contexto em que se insere o objeto, vemos que o importante não é a materialidade dessa coisa, mas as relações sociais desiguais que se valem dela para se reproduzir. Assim como a mercadoria não equivale a seu preço, mas explica um conjunto de relações de exploração, do mesmo modo o lixo não é somente essa montanha malcheirosa que está nos aterros, mas é uma relação.

A diferença entre a mercadoria e o lixo é que o que tem valor positivo permanece no patrimônio das pessoas, sob o direito de propriedade, e o que se torna desagradável é descartado como lixo. Mas a relação social é a mesma: apropriação em um caso e desapropriação em outro. A propriedade é um direito que permite ao dominus excluir erga omnes a todo o resto da sociedade, do uso e gozo de sua coisa. Ao contrário, o lixo é uma “desapropriação” de algo que até agora tinha um dono, e uma vez que obteve seu lucro, quando sua coisa passa a ter valor negativo, descarrega esse passivo econômico ou ambiental no resto da sociedade, ou seja, no ambiente. O coletivo social se faz responsável, através do Estado, de gerir estes passivos, garantindo, desse modo, que os ativos fiquem apropriados por uma minoria."

In the words of Raul Nestor Alvarez :


" These aspects of ourselves that we deny the unloaded converting garbage into certain objects . For example , if I feel fat and do not like me so, then revenge by throwing me in the garbage pants that no longer serve me . What is in the basket garbage is an aspect of myself that I disown . so the disgust of garbage , in a way, is a mess of myself that I alienate . When a beggar opens my bag of trash without disgust , this is because it exceeded boundary of normality , making unravel the social construction of garbage . And so it is imbued with the same denotation which the object is garbage .

The " lixeirização " material extends to people. The beggars are stigmatized as dirty , diseased and transmitters of disease. However , this characterization is independent of any biological process , but of the development of the social construction of garbage . "
" When it handles garbage should not be limited to the question of materials and quantities , but we have to consider the unequal social process from which it proceeds . Imaginary , and unconscious meanings involving uneven in the trash are dense and explain most of our behaviors about . Occasionally, a fetish is an object to which attribute imaginary powers . inquires but when the context in which it appears the object , we see that what matters is not the materiality of this thing , but the unequal social relations that rely it to reproduce. well as the merchandise is not equivalent to its price , but it explains a set of relations of exploitation , just as the trash is not only that stinking mountain standing in landfills , but it is a relationship .

The difference between the goods and rubbish is that it has positive value remains in equity of the people , under the right to property , and that becomes annoying is discarded as waste. But social relationship is the same : ownership in one case and in another expropriation . The property is a right that allows the dominus delete erga omnes to the rest of society , the use and enjoyment of his thing . Instead, the garbage is a " dispossession " of something that until now had one owner , and once he got his profit when your thing shall be negative , unloads this economic or environmental liabilities in the rest of society , ie , the environment. The social group is made responsible by the state to manage these liabilities , ensuring thereby that the assets remain appropriate for a minority . "

 

Alienação e Reconciliação:
No plano teológico, segundo a Bíblia, toda a humanidade foi alienada de Deus por conta de uma escolha errada. A humanidade teve a opção de se afastar de Deus e viver alienada da presença Dele. Afinal, quem não é livre não pode amar verdadeiramente. Mas também teve a opção de sair da alienação e voltar a presença de Deus.
"A palavra "reconciliação"(Katallage) pressupõe uma alienação entre duas partes que estiveram originalmente unidas. Portanto, reconciliação significa restauração de um relacionamento de amor e confiança que fora interrompido."
Reconciliação é a obra do Pai através da qual Ele remove a alienação do pecado, libertando o homem por meio de Cristo. Assim, Deus remove a barreira provocada pela nossa rebeldia e nos reconcilia com o Ele mesmo, nós mesmos, com o resto da humanidade e com toda a criação.

Alienation and Reconciliation: 
On the theological level, according to the Bible, humanity is alienated from God because of a wrong choice. Mankind had the option of turning away from God and live alienated from Him. After all, who is not free can not truly love. But also had the option to leave the sale and return to God's presence. 
"The word" reconciliation "(katallage) presupposes a sale between two parties who were originally united. Therefore, reconciliation means restoring a relationship of love and trust that was interrupted." 
Reconciliation is the work of the Father by which He removes the alienation caused by sin, freeing man through Christ. Thus, God removes the barrier caused by our rebellion and reconciles us with Himself, ourselves, with the rest of humanity and all creation.